Estaria Eduardo Bolsonaro realmente como medo de ser preso? O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou, nesta terça-feira (18), o pedido de apreensão do passaporte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão veio após a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar contra a medida, argumentando que não havia fundamentos suficientes para tal ação.
O pedido partiu do PT e do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que, em uma notícia-crime apresentada em fevereiro, acusaram Eduardo de viajar aos Estados Unidos para supostamente conspirar com congressistas americanos contra o ministro Moraes, relator das investigações sobre os eventos de 2022. A alegação era de que o deputado teria cometido crime de lesa-pátria ao supostamente atacar a imagem do Poder Judiciário brasileiro.
No entanto, ao analisar o caso, Moraes seguiu o parecer da PGR e decidiu arquivar a investigação, afirmando que não havia elementos suficientes para justificar medidas cautelares. A decisão, embora técnica, levanta questionamentos: será que toda essa movimentação em torno de Eduardo Bolsonaro não foi, na verdade, uma jogada calculada para ganhar visibilidade? Afinal, pouco antes da decisão, o deputado anunciou que se licenciará do mandato para morar nos Estados Unidos, após não conseguir assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
É difícil ignorar a coincidência entre o timing das acusações, a decisão judicial e o anúncio de sua mudança para o exterior. Será que Eduardo Bolsonaro está usando o episódio para se posicionar como uma figura perseguida, alimentando sua imagem junto a um público específico? Ou será apenas uma série de eventos desconexos? Lembro que a licença do parlamentar só pode perdurar por quatro meses, após esse período Eduardo perderá seu mandato. A pergunta que fica é: em meio a tantas polêmicas, não estaria o deputado transformando uma crise em oportunidade para se manter em evidência?
