Entre janeiro e fevereiro, o preço da cesta básica em João Pessoa registrou um incremento de 2,55%, posicionando a capital paraibana como a segunda com maior alta no país. Os dados, divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destacam tendências de variação nos custos de alimentos em 17 capitais analisadas.
Conforme o estudo, 14 das 17 cidades pesquisadas tiveram aumento no valor médio da cesta. Recife liderou o ranking, com elevação de 4,44%, seguida por João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%). Por outro lado, três capitais apresentaram redução nos valores: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%).
Entre os produtos que mais pressionaram os preços estão o café, que subiu em todas as localidades analisadas, além do tomate e da carne bovina de primeira categoria. Esses itens foram apontados como os principais responsáveis pela inflação no setor alimentar.
Salário mínimo ideal supera valor vigente em quase cinco vezes
O Dieese também calculou que, para cobrir despesas essenciais como alimentação, moradia, saúde e educação em fevereiro, o salário mínimo necessário seria de R$ 7.229,32 — valor 4,76 vezes maior que o atual (R$ 1.518,00). O parâmetro considera a cesta básica mais cara do período, localizada em São Paulo, e segue diretrizes constitucionais que definem o mínimo para suprir necessidades básicas da população, incluindo transporte, higiene, lazer e previdência.
O levantamento reforça debates sobre a defasagem entre os reais custos de vida e a remuneração mínima vigente no Brasil.