Ovo dispara 15% em um mês: Quaresma, calor e custo do milho pressionam preços e afetam o bolso do consumidor

O preço do ovo deu um salto de 15% em fevereiro, comparado a janeiro, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE. No acumulado do ano, o aumento já chega a 16,4%, e, nos últimos 12 meses, o produto ficou 10,4% mais caro.

Especialistas destacam que três fatores estão por trás dessa escalada de preços:

  1. Custo do milho em alta: principal componente da ração das galinhas, o milho acumula alta de 30% desde julho de 2024;
  2. Calor excessivo: as temperaturas elevadas têm impactado a produtividade das aves;
  3. Quaresma: o período de maior consumo, em que muitos substituem a carne vermelha por ovos, elevou a demanda.

Pressão da Quaresma e custos de produção

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a alta nos preços do ovo durante a Quaresma é um movimento comum, já que o produto ganha espaço no cardápio de quem reduz o consumo de carne vermelha. No entanto, desta vez, os custos de produção mais elevados anteciparam e intensificaram o aumento.

Outro fator que pesou no bolso do consumidor foi o encarecimento das embalagens, que mais que dobraram de preço nos últimos oito meses.

Quando os preços devem recuar?

Produtores acreditam que os valores podem se normalizar após a Quaresma. No entanto, analistas alertam que o cenário futuro depende do comportamento do mercado de carnes. Se os preços da carne bovina, de frango e suína continuarem altos, a demanda por ovos pode permanecer elevada, mantendo os preços em patamares superiores ao esperado.

O consumo de ovos no Brasil vem crescendo ano após ano. Em 2023, a média foi de 242 unidades por pessoa, subindo para 269 em 2024, com projeção de atingir 272 em 2025.

Exportações influenciam o preço interno?

Apesar do aumento nas exportações de ovos, impulsionado pela gripe aviária nos Estados Unidos, a ABPA ressalta que esse movimento tem impacto mínimo no mercado interno, representando menos de 1% da produção nacional.

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