O debate sobre a possível flexibilização das faixas exclusivas para ônibus em João Pessoa deve chegar a uma conclusão nesta segunda-feira, 10 de março. A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) finalizou e entregou à Prefeitura, durante o fim de semana, um relatório técnico que detalha os resultados de estudos sobre o controle de tráfego e os impactos causados pela utilização das faixas exclusivas do transporte coletivo por veículos particulares na capital.
Essa análise foi iniciada durante a greve dos motoristas de ônibus e tem como objetivo fornecer subsídios técnicos para a decisão da Prefeitura sobre o possível retorno das faixas exclusivas nos corredores viários da cidade, com a implementação de medidas de fiscalização adequadas.
“A decisão será tomada visando o bem-estar da população de João Pessoa, que é a principal beneficiária. Portanto, na segunda-feira, a Prefeitura anunciará a resolução, que é baseada em critérios técnicos, elaborados por profissionais especializados, que buscaram definir o melhor plano de mobilidade para a cidade”, destacou Leo Bezerra, prefeito em exercício.
O superintendente de Mobilidade Urbana, Marcílio do HBE, ressaltou que toda a equipe técnica da Semob está envolvida no processo para apresentar as melhores soluções para o trânsito. “Elaboramos este relatório em conjunto com a equipe técnica da Semob, realizamos todos os levantamentos necessários e entregamos ao prefeito Leo, que fará sua análise. Na segunda-feira, tomaremos a decisão final de forma conjunta”, explicou.
Posicionamento do Sintur-JP
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) se posicionou contrariamente à flexibilização das faixas preferenciais, argumentando que essa medida afeta diretamente a velocidade dos ônibus e a qualidade do serviço oferecido. De acordo com o sindicato, as faixas exclusivas são fundamentais para garantir maior agilidade e tornar o transporte coletivo mais atrativo para os usuários.
Dados apresentados pelo Sintur-JP indicam que a permissão de uso das faixas por todos os veículos resulta em perda de eficiência e aumenta significativamente os riscos de acidentes, especialmente envolvendo motocicletas.
Um estudo realizado pelo sindicato entre os dias 17 e 21 de fevereiro evidenciou os efeitos negativos da liberação das faixas exclusivas. Na Avenida Dom Pedro II, por exemplo, o tempo de percurso em um trecho de 2,6 km aumentou de 8 para 10 minutos, enquanto a velocidade média dos ônibus caiu 20%, passando de 19,5 km/h para 15,6 km/h.