O clima político entre Brasil e Estados Unidos pode ganhar novos contornos nesta semana. À medida que avança no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro a penas que somam até 40 anos de prisão, cresce a expectativa em Brasília sobre um possível anúncio do governo Donald Trump.
Segundo fontes em Washington, o presidente norte-americano deve revelar amanhã novas sanções no âmbito da Lei Magnitsky, legislação que permite punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos ou praticar atos de corrupção. Entre os nomes citados estão os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Flávio Dino, todos integrantes da Primeira Turma do STF.
A medida, se confirmada, representará um duro recado diplomático à Corte brasileira. As sanções costumam incluir congelamento de bens em território norte-americano e restrições de vistos, atingindo diretamente a circulação internacional dos magistrados.
A eventual decisão de Trump ocorre em um momento de forte polarização no Brasil. Aliados de Bolsonaro veem a possibilidade de sanções como uma forma de pressionar o STF, enquanto críticos afirmam que o gesto representaria uma interferência externa indevida em assuntos internos de um país soberano.
Até o momento, o Itamaraty não se pronunciou oficialmente sobre a expectativa de anúncio. Nos bastidores, porém, diplomatas admitem preocupação com o impacto da medida sobre as relações bilaterais e sobre a imagem das instituições brasileiras no exterior.