O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a colocar o Brasil no centro de uma disputa comercial envolvendo medicamentos. Segundo alerta da organização Médicos Sem Fronteira (MSF), medidas em avaliação por Washington podem restringir o acesso dos brasileiros a remédios essenciais, afetando principalmente tratamentos contra HIV, tuberculose e diabetes.
O alvo da pressão é a política de patentes praticada no país. A administração Trump ameaça endurecer exigências por meio do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), impondo ao Brasil regras mais severas do que as previstas em tratados internacionais. Para o MSF, se isso se concretizar, haverá encarecimento dos medicamentos, atraso na entrada de genéricos no mercado e obstáculos à produção nacional.
Remédios sob risco
A entidade destaca que estão em jogo:
- uma versão genérica do lenacapavir, fundamental na prevenção do HIV;
- a bedaquilina, usada no combate à tuberculose resistente;
- além de tratamentos para diabetes.
“Muito além de uma disputa comercial, trata-se de vidas em risco. O direito à saúde não pode ser transformado em moeda de barganha”, alertou o diretor de Políticas de Saúde Global da MSF nos EUA.
Alvo também em outros países
Além do Brasil, países como Índia, China, Malásia e Chile também enfrentam pressão semelhante. O temor é que a postura de Trump fortaleça o lobby de grandes farmacêuticas e comprometa o acesso global a medicamentos de baixo custo.
O MSF pede que a comunidade internacional e governos locais resistam às imposições, garantindo que o direito à saúde prevaleça sobre interesses comerciais.