O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após sua saída do país. A decisão foi motivada pela viagem internacional da ex-parlamentar, ocorrida dias após sua condenação a dez anos de reclusão por crimes relacionados à invasão de sistemas do Poder Judiciário.
Condenação e Fuga
Em março de 2025, Zambelli teve seu mandato cassado e foi condenada por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, em decorrência de um episódio ocorrido em 2022. Em maio, foi sentenciada a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto.
No início de junho, Zambelli deixou o Brasil e divulgou um vídeo afirmando que se licenciaria do mandato e que, por possuir cidadania italiana, estaria “intocável” na Europa. A Procuradoria-Geral da República solicitou sua prisão preventiva e inclusão na lista de procurados da Interpol.
Medidas Judiciais
Além da prisão preventiva, Moraes determinou a apreensão de armas, dispositivos eletrônicos, passaporte e bens de Zambelli, bem como a quebra de seu sigilo bancário. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à ex-deputada em Brasília e São Paulo.
Defesa e Repercussão
A defesa de Zambelli nega qualquer irregularidade e afirma que a ex-parlamentar está disposta a colaborar com as autoridades. O caso gerou ampla repercussão política e jurídica, reacendendo debates sobre a atuação de parlamentares e o uso de prerrogativas para evitar a aplicação da justiça.
A inclusão de Zambelli na lista da Interpol amplia a cooperação internacional para sua localização e eventual extradição, caso seja encontrada em território estrangeiro.