O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, é alvo de uma investigação da Polícia Federal que apura o uso de aeronaves supostamente ligadas a ele por pessoas investigadas por associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso ganhou nova dimensão após o piloto Mauro Caputti, ligado à empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), afirmar às autoridades que algumas das aeronaves operadas pela empresa pertencem a Rueda.
A declaração motivou nova frente de apuração dentro da Operação Carbono Oculto, que já investigava lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis.
Aviões de luxo e transporte de suspeitos
Segundo Caputti, a TAP operava aviões executivos de alto padrão, como Cessna Citation, Raytheon R390 e Gulfstream G200, que seriam de propriedade não registrada oficialmente de Rueda. De acordo com o depoimento, as aeronaves estariam registradas em nome de terceiros, fundos de investimento ou empresas de fachada, mas sob controle direto ou indireto do dirigente partidário.
Esses jatos teriam sido utilizados por investigados como Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Loco”, e Mohamad Hussein Mourad — ambos com histórico de envolvimento em esquemas relacionados ao crime organizado.
Caputti: “Esses aviões são do Rueda”
O piloto Mauro Caputti, considerado operador de confiança da empresa, prestou depoimento à Polícia Federal e declarou, segundo reportagem do portal Flávia Pires, que “esses aviões são do Rueda, só não estão no nome dele”. A afirmação é considerada central no inquérito, pois estabelece uma ligação direta entre o presidente do União Brasil e os ativos usados em operações suspeitas.
A PF agora investiga se há ocultação de patrimônio e se Rueda tinha ciência do uso das aeronaves por pessoas investigadas por envolvimento com o PCC.
Rueda nega envolvimento
Em nota, Antônio Rueda negou qualquer relação com a TAP ou com as aeronaves citadas. Segundo sua assessoria, ele “não possui aviões registrados em seu nome, nem qualquer vínculo com a operação ou gestão da empresa Táxi Aéreo Piracicaba”. O União Brasil ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
O que está sendo investigado
A Polícia Federal concentra seus esforços em:
- Identificar os proprietários reais das aeronaves;
- Apurar possíveis mecanismos de ocultação de bens;
- Verificar o uso dos aviões por indivíduos ligados ao PCC;
- Avaliar se houve omissão, conivência ou dolo por parte de Rueda.
A investigação inclui análise de registros da ANAC, contratos de locação, rastreamento de voos, cruzamento de dados financeiros e entrevistas com envolvidos.
Repercussão política
O caso repercutiu no meio político. Parlamentares da oposição pedem o afastamento temporário de Rueda da presidência do União Brasil até que os fatos sejam esclarecidos. Internamente, o partido adota uma postura de cautela e aguarda o avanço das investigações.
Conclusão
A revelação feita por Mauro Caputti lança suspeitas sobre a existência de uma rede de blindagem patrimonial e uso de bens de luxo por figuras públicas ligadas à política nacional. Embora ainda sem conclusão definitiva, a investigação da PF busca esclarecer se houve envolvimento direto de Antônio Rueda na disponibilização de aeronaves para indivíduos ligados ao crime organizado.
O inquérito segue em andamento e novas diligências devem ocorrer nos próximos dias.




























