O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão foi realizada pela Polícia Federal no âmbito de uma investigação que apura uma tentativa de obstrução de Justiça envolvendo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
De acordo com a apuração da Polícia Federal, Gilson teria procurado o Consulado de Portugal na capital pernambucana, no último dia 12 de maio, com a intenção de obter um passaporte português em nome de Mauro Cid. A operação, no entanto, não teve sucesso. A suspeita é de que o ex-ministro tentava facilitar a saída irregular de Cid do Brasil, justamente no momento em que o militar passou a colaborar com as autoridades em investigações sensíveis relacionadas ao núcleo do governo anterior.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou a movimentação como um possível ato de obstrução de Justiça e solicitou a abertura de inquérito, bem como medidas cautelares, incluindo buscas e a quebra de sigilos bancário e telemático de Gilson Machado.
O ex-ministro nega as acusações e, em nota preliminar à imprensa, afirma que sua ida ao consulado teve como objetivo tratar da renovação do passaporte de seu pai, e não qualquer ação em nome de Mauro Cid.
A prisão ocorre em meio a um ambiente político já pressionado por novas revelações das delações premiadas em curso e amplia o cerco da Justiça a antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Gilson Machado, além de ex-ministro, é uma figura próxima ao núcleo duro bolsonarista e chegou a ser candidato ao Senado por Pernambuco em 2022.
O caso segue sob sigilo judicial, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias, à medida que as investigações avancem.
