Em discurso nesta terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não pode se conformar com uma realidade de pobreza crônica, dependente permanentemente de programas assistenciais. A declaração foi feita durante visita à fábrica da montadora japonesa Nissan, em Resende (RJ), onde reforçou a necessidade de criar oportunidades para que a população alcance autonomia financeira.
“Retornei à Presidência com a missão de demonstrar que o Brasil não está fadado à pobreza, nem à eterna dependência do Bolsa Família. Queremos que as pessoas tenham acesso à educação, formação profissional, condições de construir uma família e alcançar uma vida próspera, com padrão de classe média”, destacou Lula.
O programa, criado em 2003 durante seu primeiro mandato, atende atualmente 20,5 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros, com um valor médio de R$ 668,65. Renomeado como “Auxílio Brasil” no governo anterior, o benefício retomou a denominação original em março de 2023.

Investimentos e visão de desenvolvimento
O governo federal investe R$ 13,7 bilhões no Bolsa Família. O pagamento mínimo do programa é de R$ 600, mas a transferência pode aumentar, a depender dos integrantes e do formato da família. São os benefícios adicionais: R$ 150 para cada criança de 0 a 6 anos; R$ 50 para gestantes; R$ 50 reais para lactantes; e R$ 50 para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos.
Lula ressaltou, no entanto, que a transformação do país exige mais do que assistência social. “As conquistas não surgem por acaso. O que estamos construindo não é obra do destino, mas resultado de políticas sérias de redistribuição de renda”, afirmou.
Em tom de desabafo, o presidente criticou a subestimação histórica do Brasil no cenário global: “Quem dera tivéssemos sempre governantes com ‘sorte’. Talvez já estivéssemos entre as maiores economias do mundo, no G7 ou G5. Estamos cansados de ser vistos como um país pequeno e pobre. Chegou a hora de mudar essa narrativa”.