Michelle Ramalho desponta como possível primeira mulher à frente da CBF

A atual presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michelle Ramalho, surge como um dos nomes mais cotados para liderar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em meio ao movimento de renovação que ganha força nos bastidores da entidade. Se confirmada, sua eleição representaria um marco inédito: pela primeira vez na história, uma mulher estaria no comando do futebol brasileiro.

Na última quinta-feira (15), Michelle assinou, junto a outros 18 presidentes de federações estaduais, um manifesto público pedindo mudanças profundas na CBF. O documento, divulgado após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência, defende o encerramento de um ciclo marcado por instabilidade judicial e propõe um novo modelo de gestão mais democrático, transparente e participativo.

Mais do que um posicionamento político, o manifesto reflete uma articulação nacional por uma nova liderança — e o nome de Michelle vem ganhando força por representar, ao mesmo tempo, ruptura e representatividade. Mulher, advogada, nordestina e gestora de uma das federações mais atuantes do país, ela encarna o espírito de renovação que muitos dirigentes defendem para a entidade máxima do futebol brasileiro.

Um marco para o futebol e para a igualdade de gênero

Caso venha a liderar a chapa defendida pelas federações estaduais, Michelle Ramalho poderá romper uma tradição centenária dominada exclusivamente por homens. A Confederação Brasileira de Futebol, fundada em 1914, jamais teve uma mulher sequer como vice-presidente — quanto mais no posto máximo.

A possibilidade de sua eleição tem gerado expectativa também fora dos círculos esportivos, sendo vista como um gesto simbólico de avanço em um ambiente historicamente masculino. “O futebol brasileiro vive um momento decisivo”, afirma o manifesto assinado pelos dirigentes. “É hora de construir um novo ciclo, mais aberto à participação de todos.”

Michelle já foi destaque no cenário esportivo por sua atuação firme na profissionalização do futebol na Paraíba, pelo incentivo às categorias de base e pelo fortalecimento do futebol feminino no estado. Sua possível ascensão à CBF amplia não apenas o debate sobre representatividade, mas também reposiciona o papel das federações do Norte e Nordeste no tabuleiro político do futebol nacional.

Apoios e desafios

Nos bastidores, cresce a percepção de que uma candidatura encabeçada por Michelle uniria diferentes correntes insatisfeitas com a condução da CBF nos últimos anos. O apoio majoritário das federações estaduais, somado à fragilidade da articulação dos clubes da Série A após o afastamento de Ednaldo, abre caminho para uma mudança histórica.

Ainda assim, a disputa promete ser intensa. Grupos ligados aos clubes da elite nacional articulam uma proposta alternativa que visa transferir maior autonomia para as ligas, especialmente na gestão do Brasileirão. Michelle, por sua vez, defende um modelo que concilie os interesses dos clubes com os das federações, sem abrir mão da transparência e do controle institucional.

Com a CBF em xeque e o futebol brasileiro diante de novos desafios, a possibilidade de uma mulher assumir o comando da entidade pode não apenas fazer história, mas também abrir uma nova era de gestão no esporte mais popular do país.

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