RECIFE / BRASÍLIA – Em ação coordenada pela Polícia Federal, ex‑ministro do Turismo Gilson Machado Neto e o tenente‑coronel Mauro Cid, ex‑ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foram presos preventivamente nesta sexta-feira (13). A ordem judicial foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) .
A investigação aponta que Gilson Machado teria procurado, no dia 12 de maio, o Consulado de Portugal em Recife para tentar viabilizar um passaporte português em nome de Mauro Cid — com o intuito de permitir sua fuga do Brasil. A manobra, segundo a PF, caracterizaria obstrução de Justiça .
Mauro Cid, que já responde por sua participação na trama golpista de 8 de janeiro de 2023, também foi preso por envolvimento na mesma tentativa de evasão clandestina . Ele se encontra na vila militar em Brasília e deve ser transferido para uma unidade prisional adequada .
A prisão de Machado e Cid acendeu o foco sobre possíveis articulações para impedir o avanço das apurações do STF. A PGR solicitou formalmente a instauração de inquérito, com medidas como buscas, apreensão de documentos, quebras de sigilo bancário e telemático .
Em nota, Gilson Machado negou qualquer irregularidade, alegando que sua visita ao consulado envolvia exclusivamente a renovação do passaporte de seu pai — e não qualquer auxílio a Mauro Cid . Já Cid afirmou não ter conhecimento da suposta tentativa de obtenção de passaporte por parte de Machado .
As detenções fazem parte de um esforço judicial para conter obstruções no andamento das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Ao todo, 31 pessoas — incluindo Bolsonaro, Cid e Machado — são réus na ação penal que tramita no STF. O sigilo sobre o caso ainda permanece, e novos desdobramentos devem surgir com o andamento do inquérito.
