A juíza Virgínia Gaudêncio, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, rejeitou nesta segunda-feira (31) o pedido de prisão domiciliar do médico Fernando Cunha Lima, pediatra acusado de abusar sexualmente de crianças durante consultas. O acusado está preso desde o início de março em Abreu e Lima, Pernambuco.
Em sua decisão, a magistrada refutou o argumento da defesa, que alegava condições de saúde frágeis, incluindo problemas pneumológicos, como justificativa para que o réu cumprisse a prisão em casa. A juíza destacou que as condições médicas apresentadas não impediram o acusado de manter uma rotina ativa.
“A realidade é que, com o avanço da idade, é comum o surgimento de doenças, e é preciso aprender a lidar com elas. Seus problemas respiratórios não o impediram de consumir sorvetes ou bebidas geladas, assim como suas dores na coluna não o afastaram de momentos de lazer e convívio familiar”, afirmou Virgínia Gaudêncio.
A juíza também ressaltou que o réu, durante o período em que esteve foragido, manteve hábitos que contradizem o suposto agravamento de seu estado de saúde. Além disso, questionou a noção de que todos os idosos acima de 80 anos necessitariam de cuidados especiais.
“Nem todos os octogenários se encaixam nesse perfil frágil. Muitos mantêm independência, vitalidade e continuam trabalhando, viajando e aproveitando a vida. O próprio acusado, até pouco tempo atrás, ainda exercia a medicina – uma profissão que exige plena capacidade física e mental”, observou.
Por fim, a juíza concluiu que “a simples existência de comorbidades não é suficiente para justificar a concessão do benefício, especialmente quando fica comprovado que essas condições não limitaram sua vida cotidiana”. Com a decisão, o médico permanecerá preso enquanto responde ao processo.
Uma resposta
Ele tem que pagar tudo que praticou com as crianças indefesas. Lá no presídio, é o lugar perfeito para ele pagar o que fez.