A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, após ser considerada foragida da Justiça brasileira. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça do Brasil, que informou que a detenção foi realizada por autoridades italianas com base em alerta da Interpol.
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de dez anos de prisão por envolvimento em crimes cibernéticos, incluindo a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. A operação contou com a atuação do hacker Walter Delgatti, que teria sido contratado por Zambelli para inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
Após a condenação, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre, passando pela Argentina, e seguiu posteriormente para os Estados Unidos e a Itália. Ela tem cidadania italiana e estava residindo com o pai em Roma no momento da prisão.
Segundo informações da imprensa italiana, a polícia local recebeu uma denúncia sobre o paradeiro da deputada por meio do deputado Angelo Bonelli, do partido Europa Verde.
O governo brasileiro já iniciou o processo de extradição, conforme previsto em acordos bilaterais. Especialistas em direito internacional afirmam que, apesar de possuir dupla cidadania, Zambelli pode ser extraditada, já que sua principal nacionalidade é a brasileira e ela não possui residência fixa ou vínculos profissionais com a Itália.
A defesa da deputada informou que a prisão ocorreu de forma voluntária e que estuda a apresentação de um pedido de asilo político ao governo italiano, alegando perseguição por motivações políticas no Brasil.
O Ministério da Justiça informou que acompanha o caso em cooperação com as autoridades italianas, a Polícia Federal e a Interpol. A parlamentar permanece sob custódia enquanto aguarda os desdobramentos legais do pedido de extradição.
