A pré-candidatura do prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), ao Senado Federal promete movimentar intensamente o cenário político paraibano em 2026. Nabor, pai do deputado federal Hugo Motta, atual presidente da Câmara dos Deputados, surge como um dos nomes mais fortes dentro da base do governo João Azevêdo, mas também como um ponto de tensão interna que poderá redefinir alianças e estratégias na disputa por duas vagas ao Senado.
A robustez de sua pré-campanha não é casual. Além de ser um gestor experiente e com forte presença no interior do estado, Nabor conta com a estrutura e o prestígio político do filho, Hugo Motta, cuja influência em Brasília é crescente. Essa combinação tem lhe garantido respaldo junto a prefeitos, lideranças regionais e parlamentares, inclusive de grupos que, nas últimas eleições, estiveram na oposição ao atual governador.
Contudo, essa autonomia tem provocado ruídos dentro da base governista. Enquanto João Azevêdo, também cotado para disputar uma das vagas no Senado, e o vice-governador Lucas Ribeiro, apontado como provável candidato ao governo, buscam manter a unidade, as agendas independentes de Nabor são vistas como movimentos que desafiam a coordenação política da aliança. Prefeitos e lideranças que se identificam com o governo já demonstram desconforto com a ausência de uma diretriz clara sobre os limites da articulação de cada pré-candidato.
O principal risco é que a pulverização das forças da base resulte na divisão dos votos e favoreça adversários externos. Além disso, a presença de outro nome de peso — o senador Veneziano Vital do Rêgo, que busca a reeleição — aumenta o grau de competitividade e impõe a necessidade de uma estratégia coesa.
Caminho para a solução
Para que a base governista mantenha sua competitividade e evite rupturas, será essencial instituir um pacto político interno, com compromissos de reciprocidade entre os principais líderes do grupo, garantindo que quem não for candidato mantenha apoio público e efetivo ao escolhido.
Nesse processo, é fundamental que o governador João Azevêdo reassuma o protagonismo político e lidere uma agenda conjunta com Nabor Wanderley e Lucas Ribeiro. Essa iniciativa deve unificar a narrativa da base, demonstrando coesão, planejamento e propósito comum. Uma agenda integrada, com compromissos públicos e ações coordenadas, ajudaria a dissipar ruídos e a fortalecer a imagem de estabilidade política do grupo perante os eleitores e aliados.
Além disso, a mediação direta de Hugo Motta pode ser decisiva. Como articulador nacional e elo entre Nabor e o Palácio da Redenção, ele tem a capacidade de restabelecer o diálogo político e assegurar que a força de sua família contribua para o fortalecimento — e não para o fracionamento — do grupo governista.
Em síntese, o desafio de João Azevêdo e de Lucas Ribeiro será transformar a força individual de Nabor Wanderley em um ativo coletivo, capaz de consolidar a base aliada e garantir um desempenho competitivo nas duas vagas do Senado. A coesão, mais do que a força isolada, será o fator determinante na eleição paraibana.





























