O Supremo Tribunal Federal (STF) dará o pontapé inicial no julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus ligados ao núcleo central de uma suposta trama golpista. A presidência da Primeira Turma, sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, agendou a abertura do julgamento para 2 de setembro, com sessões também marcadas para os dias 3, 9, 10 e 12 — todas com horários específicos definidos.
Este cronograma atende a um pedido do ministro-relator Alexandre de Moraes, que alegou estar pronta a fase de julgamento, após o encerramento da instrução processual e apresentação das alegações finais pelas defesas e pela Procuradoria-Geral da República.
Réus e Acusações
Os réus a serem julgados fazem parte do núcleo 1, considerado o epicentro da trama investigada. Estão no banco dos réus:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da ABIN e deputado federal)
Eles respondem por graves acusações: organização criminosa armada, tentativa violenta de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penalidades previstas são severas.
O Contexto e a Relevância do Agendamento
Mais do que marcar datas, essa decisão explica algo essencial: o sistema, ainda que lento, responde — mas só com rigor em momentos em que a pressão institucional e midiática coincide. O fato de que o julgamento foi oficialmente marcado após o cumprimento de todas as etapas processuais indicadas é um sinal da efetividade do processo. Mas é também um lembrete: a Justiça age efetivamente quando tem condições plenas para isso — e esse momento chegou.
Porém, a sociedade reclama por agilidade, especialmente em casos que impactam a própria sustentação da democracia. A transparência com que esse julgamento acontecerá — datas, horários, composição da Turma — contribui para tornar pública a luta pela responsabilização daqueles que colocaram em risco a ordem democrática.
Por que isso importa? Um olhar reflexivo
Este caso é muito mais do que um julgamento: é uma reafirmação do papel do Judiciário e da lei como freios à ambição política que ameaça eleições livres e instituições fortes.
A marcação clara e antecipada das sessões sinaliza compromisso com o direito à ampla defesa, devido processo legal e visibilidade pública, sem que o ambiente se perca no emocional ou no sensacionalismo.
Ao mesmo tempo, é fundamental que o Judiciário esteja atento à pressão popular — legítima e necessária — para que não retroceda diante de eventuais tentativas de diluir o processo ou de pôr obstáculos à Justiça.
Em suma
- Início do julgamento: 2 de setembro de 2025; com sessões nos dias 3, 9, 10 e 12.
- Presidente da Turma: ministro Cristiano Zanin.
- Pedidos: ajuizados por Alexandre de Moraes após encerramento da fase probatória.
- Réus centrais: Bolsonaro e sete demais acusados no núcleo 1.