Em meio à crescente tensão sobre a escolha do candidato da base governista para as eleições estaduais de 2026, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), lançou nesta terça-feira (12) uma pergunta retórica que soou como provocação e defesa ao mesmo tempo: “Qual crime estou cometendo?”
A declaração foi feita após críticas internas à sua insistência de que a escolha do nome apoiado pelo grupo do governador João Azevêdo (PSB) leve em consideração a vontade popular medida por pesquisas eleitorais. “Tenho direito, como qualquer cidadão com título de eleitor, de me colocar como opção. Apenas defendo que o eleitor seja ouvido. Onde está o crime nisso?”, questionou.
Lucena reforçou que seu posicionamento não é um rompimento político, mas parte de uma estratégia para garantir a continuidade de projetos e a melhoria da gestão no Estado. “Nosso compromisso é com o futuro da Paraíba, e o futuro deve ser construído com a participação do povo”, afirmou.
A fala reacende o debate dentro da base governista, que hoje está dividida entre a possibilidade de apoiar Cícero ou seguir com a pré-candidatura do atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP). Nos bastidores, aliados avaliam que o discurso do prefeito é uma forma de pressionar pela adoção de critérios mais objetivos na definição do candidato.
Questionado sobre a polêmica, o governador João Azevêdo minimizou a tensão, afirmando que mantém boa relação com Cícero e que a discussão será tratada “no tempo certo”, sem prejudicar a unidade do grupo.
Enquanto isso, a frase “Qual crime estou cometendo?” já ecoa nos corredores políticos da Paraíba como símbolo da estratégia de Cícero para legitimar sua presença na disputa e conquistar o apoio de quem defende mais participação popular nas decisões de cúpula.