João Pessoa tem 440 anos, muito mais que apenas um cartão postal de praias lindas. A capital paraibana coleciona um patrimônio histórico e cultural que, por vezes, fica ofuscado pelo sol e a areia. Se você acha que visitar a cidade é só pegar praia, está na hora de ampliar o roteiro. O Centro Histórico, por exemplo, é um mergulho no passado: casarões preservados, praças e prédios que contam a história da cidade desde 1585. O teatro Santa Roza e o Hotel Globo, com sua galeria de arte, comprovam que cultura está longe de ser só um complemento turístico – é alma da cidade.
Mas João Pessoa não para aí. O Parque Sólon de Lucena, ou Parque da Lagoa, oferece um respiro urbano cercado de Mata Atlântica, perfeito para quem quer fugir do concreto sem sair da cidade. E falando em natureza, o Jardim Botânico Benjamin Maranhão e o Parque Arruda Câmara — conhecido como Bica — são pontos que mostram a riqueza das reservas ecológicas da região, com trilhas e um mini zoológico natural que inclui até leões.
Então, por que muitos viajantes ainda limitam-se às praias? Parte da resposta está na divulgação, ou melhor, na falta dela. Espaços culturais como o Centro Cultural São Francisco, com sua arquitetura barroca, ou o Espaço Cultural José Lins do Rego, que abriga museus e um planetário, continuam sendo redutos pouco explorados. A Feirinha de Tambaú, com suas comidas típicas e artesanato, além do evento Sabadinho Bom aos sábados, mostra que lazer e cultura podem — e devem — caminhar juntos.
João Pessoa é um convite: que tal cocriar roteiros que valorizem tudo que a cidade tem para além da orla? É um desafio para o poder público e o setor turístico investirem em experiências que contem a história, valorizem a cultura local e ofereçam mais que água e areia para visitantes — porque uma cidade tão rica merece ser conhecida por inteiro.