João Azevêdo reforça apelo à união, mas admite riscos para 2026: “Não posso obrigar ninguém”

O governador João Azevêdo, do PSB, voltou a bater na tecla da unidade dentro da base governista em meio aos preparativos para as eleições de 2026. Em evento realizado na Abrasel, ele lançou um convite claro: que todos sigam alinhados para não disperdiçar forças. No entanto, a fala de João não foi um simples brado de liderança impositiva. Em vez disso, uma dose de realismo temperou o discurso, quando ponderou que, caso algum aliado decida seguir em “projetos pessoais”, ele não teria como forçá-los a permanecer juntos.

Essa declaração revela mais do que uma simples questão de alianças; escancara uma preocupação real sobre a fragilidade do seu grupo político. Afinal, a política local não é feita só de discursos inflamados, mas de interesses muitas vezes contraditórios. João reconhece que nem todos têm a mesma visão ou disposição para manter a unidade — e isso pode ser um prenúncio das dificuldades que seu campo enfrentará para apresentar um projeto coeso na próxima disputa eleitoral.

Em tempos de polarização e fragmentação, admitir que não há bandeira a impor obriga a reflexão: será que a base governista está tão sólida quanto aparenta ou já há rachaduras internas prenunciando disputas? João tenta mostrar que aposta na unidade, mas sem a força de um comando rígido e, assim, se coloca numa posição de negociação e flexibilidade que é típica de quem sabe que nem sempre o controle está nas mãos do líder.

No fim das contas, as palavras do governador servem tanto como um chamado à responsabilidade conjunta quanto como um alerta para o risco da desintegração. As eleições de 2026 prometem não ser um passeio fácil para nenhum grupo político e, para João Azevêdo, unir para ganhar será necessário, mas ninguém deve se iludir: ninguém pode ser obrigado a seguir junto, seja por afinidade, estratégia ou interesse, e é nessa deixa que a disputa política realmente começa.

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