A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta terça-feira (3) que o Supremo Tribunal Federal (STF) decrete a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A medida ocorre após a parlamentar comunicar publicamente que deixou o Brasil e se encontra atualmente na Europa, onde pretende permanecer, alegando ter cidadania italiana.
Zambelli foi condenada pelo STF a dez anos de prisão, além da perda do mandato, por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela é acusada de atuar junto ao hacker Walter Delgatti Neto na inserção de decisões falsas no sistema do CNJ, entre elas, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes.
A fuga da deputada gerou desconforto no Supremo e levantou críticas direcionadas à própria PGR, que agora discute a adoção de medidas mais rígidas para evitar que situações semelhantes se repitam.
Em entrevista a uma rádio simpática ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Zambelli confirmou estar fora do país há alguns dias e afirmou que não tem intenção de retornar. Ela ainda ironizou a possibilidade de ser alvo de um pedido de captura internacional, dizendo que “não sairia da Itália” mesmo que fosse incluída na lista de procurados da Interpol.
A decisão de Zambelli de deixar o Brasil também provocou impactos em sua própria defesa. Seu advogado deixou o caso imediatamente após ser informado sobre a viagem da deputada.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de fortalecer os mecanismos jurídicos para assegurar o cumprimento das decisões da Suprema Corte, além de provocar discussões sobre a eficácia das medidas atuais para impedir fugas de condenados.